segunda-feira, 30 de março de 2009

O Filme: Tráfico Humano

ESCOLA SECUNDÁRIA/3 DE PINHEL
Grupo de Filosofia


CICLO DE CINEMA E DEBATE
2º Período (Última Sexta-Feira de cada mês)

Público: Comunidade Educativa.
Entrada: Livre.
Local: Sala de Audiovisuais.
Hora: 9h.00m

27.03.09 – TRÁFICO HUMANO [176m]
Realização: Christian Duguay
Interpretação: Donald Sutherland; Mira Sorvino; Robert Carlyle

Tráfico Humano – O Filme

Avizinha-se o assombro, o espanto pela surpresa dum título cinematográfico nos surpreender ainda, o resumo estupefacto do que o ser humano também sabe ser, na estupidez de se explicar o que não tem explicação, onde nem explicação deveria ser, de tão repudiável a sua descoberta, na certeza de que ele - inexplicável -, existe, é real afinal, agora que é deixada para trás a sua possibilidade.

. Como explicar a uma mãe filipina que o pai da sua filha vendeu, assim como se negoceia uma planta ou uma fruta, a sua própria filha? Há palavras que entendam, ou mesmo que tentassem, há formas de se dizer a esta mesma mãe que a sua filha, nascida do seu ventre, razão do seu sentido, lhe é tirada com o intuito de ser explorada sexualmente?
. Como dizer ao sonho, independentemente da sua nacionalidade, seja ele checo ou ucraniano, que ele mesmo – o sonho -, esconde consigo a ilusão, a mentira, o desengano, ardilosos modos da verdade se velar a si mesma, sobretudo quando ele é essa verdade, essa esperança que afinal existe, a fotografia exacta no passaporte desejado? Como? E o próprio Amor, modelo de todos os modelos, terá ele um dia a capacidade de se perceber a si mesmo na sua mais deplorável ironia (Catch my Love, o nome da agência), usado e rebaixado, distante do arquétipo que almeja ser?
. E como entender que uma festa simbolize o avesso da humanidade, friamente mantida do lado de fora da casa, à espera de ser recolhida, agarrada, quando dentro de quatro paredes, a suposta humanidade se desfigura por inteiro, como se um corpo fosse uma guloseima, desembrulhado com indiferença, deitado fora quando bem se apetece, pisado ou calcado se assim se quiser?

E de um ser humano (este que escreve) para outro (o que lê, o que escuta), a pergunta: o que é tudo isto? A loucura? A insanidade? A perca do reconhecimento? Ou não há razão afinal? É ela apenas uma invenção? E interrogada peremptoriamente nesta ficção, em tudo semelhante à realidade, onde não há coincidências, há espaço ainda para se proferir a palavra Humanidade, para se sentir a mesma, para se pensar que ela é possível, mesmo que perdida?

A resposta? Em cada um de nós, na absoluta certeza de que não se fica indiferente, hipocritamente ignorando.

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