domingo, 26 de março de 2023

Visita de estudo ao museu “Vilar Formoso-Fronteira da Paz” – Memorial aos refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes

As visitas de estudo incorporam na sua génese, como sabemos, entre outras, situações de aprendizagem fora do espaço escolar que favorecem a aquisição de conhecimentos, propiciam/facilitam a sociabilidade e estimulam a relação professor-alunos. Assim se reconheceram também essas caraterísticas na visita de estudo com os alunos de 9º ano. No dia 23 de março, no horário da tarde, os alunos das três turmas de 9º ano, acompanhados de 4 professores, visitaram o museu “Vilar Formoso-Fronteira da Paz” – Memorial aos refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes.

A visita integra-se no PAA do Departamento de Ciências Sociais e Humanas, no âmbito dos conteúdos das disciplinas de História e Geografia: “A 2ª Guerra Mundial-Violência e Reconstrução” e “Mobilidade Populacional”, respetivamente.

O espaço levou-nos a percorrer os 6 núcleos expositivos iniciando a visita no núcleo “Gente como Nós”, passando pelo “Início do Pesadelo” e pela “Viagem”. Em seguida, a “Chegada” a Vilar Formoso, percebendo, aqui a comoção com que os refugiados foram acolhidos. Logo a seguir, o núcleo “Por terras de Portugal”, isto é, as diferentes geografias pelas quais se repartiram as famílias refugiadas no nosso país e, por último, ”A Partida”- a partida de Portugal, uma oportunidade ao encontro de um futuro melhor para terras longínquas, sobretudo para o Novo Continente.

Foi assim que visualizámos com “outros olhos” uma das consequências humanas da II GM:” vestimos a pele” de um refugiado no percurso até à liberdade, após a fuga às atrocidades genocidas de extermínio perpetradas pelo regime nazi na Europa. Reconheceram-se aspetos históricos, geográficos, artísticos, mas também literários e culturais.

De destacar o heroico papel do Cônsul Aristides de Sousa Mendes que, ao arrepio das ordens expressas de António de Oliveira Salazar, e guiando-se apenas pelos ditames da sua consciência moral, salvou, em 1940, mais de 30 000 vidas do horror do holocausto, atuando na emissão de vistos no consulado em Bordéus, elevando-se à altura de  um dos “Justos entre as Nações”.

Aqui chegados, avaliou-se a visita de estudo através de debate em contexto de sala de aula, ouvindo as opiniões dos alunos que evidenciaram a superação das suas expetativas face à visita.

Concluímos que foram concretizados os objetivos preconizados, nomeadamente a capacidade de observar documentos escritos e iconográficos, os tipos de mobilidade populacional, o reconhecimento do significado da Declaração Universal dos Direitos Humanos e a consolidação dos conteúdos referentes à II Guerra Mundial sobretudo no tocante às nefastas consequências humanas. Por último, a importância dos museus, enquanto instituições de transmissão de conhecimentos e cultura, mormente o que acabámos de visitar: pequeno no tamanho, mas grande na mensagem transmitida pelo seu impressionante rigor histórico amplamente documentado.



Texto e fotos: prof. Adalgisa Videira e Rosa Oliveira

Publicação: biblioteca escolar

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa iniciativa! Parabéns.

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