A
biblioteca escolar, com o Departamento de C. Sociais e Humanas, organizou uma
palestra, no dia 30 de abril, sobre as vivências dos resistentes antifascistas no
tempo do Estado Novo. O convidado foi o senhor Clemente Alves, do Conselho
Nacional da URAP, ex-preso político e ex-vereador da Câmara Municipal de
Cascais.
A
palestra, organizada no âmbito da comemoração dos “50 Anos do 25 de Abril”,
contou com a participação de cerca de 200 alunos do 9º ano e dos alunos dos
cursos profissionais e de Artes Visuais e Humanidades, do ensino secundário.
Na
abertura da cerimónia, o senhor Diretor, professor José Vaz, destacou a pertinência
da reflexão sobre o significado do 25 de
Abril e elogiou a bravura dos combatentes pela liberdade.
Depois,
professores e alunos ouviram o senhor Clemente Alves partilhar as experiências
marcantes da sua vida no período do Estado Novo, a pobreza na sua infância, a
escola salazarista e o trabalho infantil. Falou do tempo na prisão, dos
momentos de violência física e psicológica, das emotivas visitas dos pais durante
o cárcere. Num particular ato de desumanidade, de coação e de intimidação, a PIDE
prendeu Clemente Alves precisamente na véspera do seu casamento.
Embora
estivesse exilado em França no dia 25 de abril de 1974, o orador falou da
imensa alegria que sentiu quando ouviu falar da revolução em Portugal que
acabara com a ditadura do Estado Novo.
É,
sem dúvida, muito importante ouvirmos o testemunho daqueles que enfrentaram, no
corpo e na alma, as adversidades da falta de liberdade, particularmente neste
tempo em que assistimos ao ressurgimento de ideologias antidemocráticas um
pouco por todo o lado.
Livros oferecidos pelo senhor Clemente Alves, da URAP, à Biblioteca Escolar. Aqui fica o nosso agradecimento.
2 comentários:
Fui para mim um momento muito gratificante aquele que pude viver na vossa escola, sobretudo pelo sentimento que me foi dado pelos alunos de que, também eles, se for necessário, se erguerão para defender a Liberdade e a Democracia, que tanto e a tantos custaram a conquistar.
Na terra que viu nasceu o escultor e pintor José Dias Coelho, friamente assassinado pela PIDE, a tenebrosa polícia política do estado fascista, a preservação da sua memória e exemplo estão muitos vivos no espírito dos jovens estudantes de Pinhel, o que nos enche de alegria.
Obrigado aos alunos, que pacientemente nos ouviram. Obrigado aos Srs. Directores, professores e técnicos auxiliares pelo gratificante momento que vivemos na sede do AE de Pinhel.
Corrijo “fui” por Foi. Assino: Clemente Alves
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