Esta efeméride
é celebrada na Península Ibérica, em complemento do Dia Mundial da Floresta que
se comemora a 21 de março, data pouco adequada à plantação de espécies
autóctones nos países do sul da Europa.
Como dia 23 de
novembro vai ser domingo, na nossa Escola o dia foi simbolicamente comemorado
por alguns alunos do Curso Profissional de Jardinagem (do Curso Vocacional -
ARCITIC e do 8.º ano) nesta semana. Plantámos árvores, no jardim das Escolas e
num jardim publico em colaboração com o Município de Pinhel; recebemos na
Escola Técnicos da Reserva Natural da Faia Brava que fizeram uma sessão teórica
e um workshop com os alunos do 8.º ano e do Curso Vocacional e organizaram-se
exposições.
O que é uma espécie autóctone?
O termo autóctone é sinónimo de nativo ou indígena, isto é, diz
respeito a seres vivos originários do próprio território onde habitam.
Qual a importância das florestas autóctones?
É hoje
reconhecido o papel fundamental que as florestas têm na conservação do solo, na
regulação do clima e do ciclo hidrológico, enquanto suporte de biodiversidade,
sumidouro de dióxido de carbono e na produção de matérias-primas fundamentais à
nossa vida quotidiana.
Em Portugal, grande parte da floresta natural desapareceu ou está
muito alterada, sendo já raras algumas das nossas árvores autóctones. As
espécies autóctones estão mais adaptadas às condições edáfico-climáticas do
território, sendo mais resistentes a pragas, doenças e a períodos longos de
estio e chuvas intensas, em comparação com as espécies introduzidas. A
importância da preservação das florestas autóctones, devido, ao seu papel
conservacionista, à manutenção da fertilidade do espaço rural, manutenção do
equilíbrio biológico das paisagens e da diversidade dos recursos genéticos, é reconhecida
por diversa legislação nacional e comunitária. O Quercus suber (sobreiro) e o Quercus
rotundifolia (azinheira), que representam no seu conjunto, aproximadamente,
cerca de 37% da área florestal portuguesa, são protegidas por lei. Sem a devida
proteção legal, não se conseguirá travar o desaparecimento desta importante e
singular floresta autóctone - os carvalhais portugueses.
Algumas espécies autóctones portuguesas:
- CARVALHO PORTUGUÊS (Quercus faginea);
- AZEVINHO (Ilex aquifolium);
- FREIXO (Fraxinus angustifolia);
- SOBREIRO (Quercus suber);
- AMIEIRO (Alnus glutinosa);
- AZINHEIRA (Quercus rotundifolia);
- PINHEIRO MANSO (Pinus pinea);
- LOUREIRO (Laurus nobilis);
-
MEDRONHEIRO (Arbutus unedo).
Desta lista, só o amieiro, por ter o seu
habitat nas margens dos cursos de água, não existe no jardim das Escolas de
Pinhel.
Através
da Resolução n.º 15/2012, aprovada por unanimidade no dia 22 de Dezembro de 2011, a Assembleia da República,
classificou o Sobreiro – Quercus suber, como a árvore nacional de Portugal.
“É também símbolo da Alemanha, Estónia
e Estados Unidos da América“
(sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=36970)
A Árvore e a Poesia
Oração à Árvore ***
Tu que passas e ergues para mim o teu braço,
Antes que me faças mal, olha-me bem.
Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de Inverno.
Eu sou a sombra amiga que tu encontras
Quando caminhas sob o sol de Agosto,
E os meus frutos são a frescura apetitosa
Que te sacia a sede nos caminhos.
Eu sou a trave amiga da tua casa, sou a tábua da tua mesa,
A cama em que tu descansas e o lenho do teu barco.
Eu sou o cabo da tua enxada, a porta da tua morada,
A madeira do teu berço e o conchego do teu caixão.
Eu sou o pão da bondade e a flor da beleza.
Tu que passas, olha-me bem e ... não me faças mal”.
*** Albano Q. Mira Saraiva (1913) in Castanea uma dádiva dos deuses de
Jorge Lage
Professor
Gastão Antunes
Alguns exemplos de trabalhos elaborados e expostos
pelos alunos do Curso Vocacional