O Dia Internacional dos Direitos Humanos é comemorado, desde o ano de 1950, em 10 de dezembro. Abalados com as experiências das Guerras Mundiais anteriores, a Declaração Universal marcou a primeira ocasião em que os países chegaram a um acordo sobre uma declaração abrangente de direitos humanos inalienáveis.
A Declaração Universal principia reconhecendo que "a dignidade é inerente à pessoa humana e é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo".
Mais uma vez, a Biblioteca Escolar e o Departamento de Ciências Sociais e Humanas se associam para celebrar este dia tão importante, participando na Maratona de Cartas, da Amnistia Internacional, o maior evento de ativismo a nível global. Todas as pessoas estão convidadas a participar e assinar as petições.
Para além desta atividade, os alunos do 11.º ano fizeram uma pesquisa de frases sobre direitos humanos, que se encontram expostas na Biblioteca Escolar.
Os alunos do 2º ciclo realizaram uma exposição no polivalente sobre o evento.
As crianças do Jardim de Infância e do 1º ciclo de Pinhel também participam neste evento com desenhos elaborados, a partir de uma história sobre a temática.
É objetivo fundamental desta comemoração, enquanto domínio da Cidadania, promover uma cultura de direitos de liberdades fundamentais, contribuindo para que as crianças e os jovens adquiram conhecimentos e valores que lhes permitam compreender, exercer e defender os Direitos Humanos, em prol de um mundo de paz, justiça, liberdade e democracia.
21ª edição da Maratona de Cartas
A Amnistia Internacional – Portugal apresenta cinco casos pelos quais qualquer pessoa pode fazer a diferença, assinando as respetivas petições:
Chow Hang-Tung (advogada de direitos humanos presa por ações pacíficas).
Aleksandra Skochilenko (jovem russa, presa por se opor à invasão russa da Ucrânia).
Dorgelesse Nguessan (presa após ter participado na sua primeira manifestação nos Camarões).
Luis Manuel Otero Alcántara (artista cubano, preso por defender a liberdade de expressão).
Nasser Zefzafi (condenado a 20 anos de prisão por exigir, de forma pacífica, melhorias socioeconómicas em Marrocos).
Chow Hang-tung é um dos casos destacados na campanha global da Amnistia Internacional.
Chow Hang-Tung foi uma estudante brilhante na universidade e poderia ter escolhido seguir qualquer percurso profissional que quisesse. Optou por dedicar a sua vida a proteger os direitos de cada um e a exercer profissionalmente enquanto advogada de direitos humanos e dos direitos laborais na China. Foi também vice-presidente da Aliança de Hong Kong de Apoio aos Movimentos Democráticos Patrióticos da China (a Aliança de Hong Kong), a organização responsável, desde 1990, pela vigília anual que relembra o massacre de Tiananmen de 1989 (no dia 4 de junho de 1989, centenas, possivelmente milhares, de pessoas foram mortas nas ruas em redor da Praça de Tiananmen, em Pequim, quando as forças chinesas dispararam contra os manifestantes pacíficos que exigiam reformas socioeconómicas).
Em 2020 e 2021, as autoridades de Hong Kong proibiram a vigília, alegando razões de proteção da saúde pública, no âmbito da pandemia da COVID-19. Nesse sentido, no dia 4 de junho de 2021, Chow incentivou as pessoas a juntarem-se nas redes sociais para assinalarem a data do massacre, acendendo velas. Foi detida nesse mesmo dia por “promover ou publicitar uma reunião não autorizada”.
Neste momento, Chow está a cumprir uma pena de 22 meses de prisão por relembrar, de forma pacífica, as vítimas desse massacre. Arrisca-se ainda a mais condenações e a ter de cumprir mais anos na prisão por, alegadamente, colocar a segurança nacional em perigo através das suas ações pacíficas. Mas, mesmo perante tudo isto, a coragem de Chow prevalece: “dizer que não tenho medo seria uma mentira, mas o que tenho não me impede de agir”.
Texto: prof. Maria do Céu Ferreira
Imagens: Página da Amnistia Internacional
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